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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Novo vírus identificado em Manaus provoca diarreia e paralisia temporária


Pesquisadores da Fiocruz da Amazônia e do Laboratório de Medicina da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, encontraram, pela primeira vez no Brasil, um tipo de vírus que causa diarreia e paralisia temporária nos membros inferiores de crianças de até 5 anos. O vírus do gênero Gemycircularvirus, cuja descoberta foi publicada na revista Virology, também pode causar encefalite e, em casos muito extremos, levar à morte, conforme noticiou O Globo (22/6). A criança infectada pelo vírus — transmitido por água contaminada — fica impedida de andar por até duas semanas. A descoberta no Brasil aconteceu por acaso. Com o objetivo de analisar quais tipos de vírus e bactérias ocorrem entre crianças na capital do Amazonas, estudiosos coletaram, de 2007 a 2009, 1,5 mil amostras de fezes de crianças de 0 a 10 anos com diarreia atendidas em um hospital e uma policlínica da capital amazonense. “O pesquisador da Califórnia (Tung Gia Phan) viu nosso estudo e entrou em contato solicitando 600 amostras para analisar com relação a novos tipos de vírus. Em cinco das 600 amostras, ele encontrou o vírus”, contou ao jornal a pesquisadora da Fiocruz Amazônia Patrícia Orlandi. “Parece pouco, mas significa dizer que o vírus está circulando e que temos de melhorar o diagnóstico para que haja tratamento adequado e o quadro não se agrave”, declarou a pesquisadora.
Não há diagnósticos realizados do vírus, uma vez que foi descoberto apenas recentemente. No entanto, médicos já tinham observado os sintomas que ele causa, mas sem sua identificação. O próximo passo é, então, diante dos resultados, iniciar um estudo para detecção do vírus. “Com o desenvolvimento de um kit para diagnóstico, auxiliaremos na vigilância epidemiológica”, disse Patrícia. “Tentaremos descobrir, ainda, se o vírus está circulando na região Amazônica para diminuir a incidência de casos”.

Manobra aprova redução em primeira votação



A manchete da Agência Câmara em 1º de julho era "câmara rejeita PEC que reduz maioridade penal para crimes hediondos". No dia seguinte, o mesmo site dava nova notícia: "Câmara aprova em 1º turno redução da maioridade  penal para crimes hediondos". Não se tratava de um erro da redação,mais sim resultado de uma manobra do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que colocou em nova votação a medida que já havia sido derrotada no dia anterior.
Com 323 parlamentares a favor, portanto, acima dos 308 necessários para aprovar uma emenda à Constituição, a Câmara acatou o texto que reduz para 16 anos a idade penal no Brasil, em caso de crimes hediondos (estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado), homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A diferença em relação ao texto rejeitado no dia anterior é que foram excluídos os crimes de tráfico e roubo qualificado. Como noticiou a Carta Capital (2/7), o PSOL chamou a medida de “golpe de Cunha”, pois o presidente da Casa teria passado por cima do regimento interno, ao não colocar em votação o projeto original (que reduz a maioridade penal para todos os crimes e, portanto, teria menos chances de ser aprovado), como prevê a regra. O texto precisa ser votado novamente na Câmara e depois seguir para o Senado.

Entidades e movimentos em defesa dos direitos humanos se posicionaram contra a medida. Entre eles estão os defensores públicos, que criticaram a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171 e enfatizaram que reduzir a maioridade penal não é solução para a violência no Brasil. A declaração foi dada pela defensora pública Elisa Costa Cruz à Agência Brasil (9/7) durante o 5º Congresso de Defensores Públicos da Infância e da Juventude, ocorrido em julho, no Rio de Janeiro. Como mostrou o site de notícias Pública (25/5), os parlamentares favoráveis à redução não apresentam alternativas que permitam incluir esses adolescentes em um sistema prisional com déficit de mais de 200 mil vagas. A reportagem alerta ainda que os jovens de 15 a 29 anos no Brasil são as principais vítimas de homicídio, que atingem especialmente negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos, como constata o Mapa do Encarceramento, da Secretaria Geral da Presidência da República.


fonte: RADIS

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Brasil tem a banda larga mais cara do mundo



O Brasil tem a banda larga - fixa e móvel - mais cara do mundo e com custo muito acima do praticado em países emergentes e até mesmo com economias menos desenvolvidas, revela estudo da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), da ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado nesta quarta-feira, 19/10.

De acordo com estudo, divulgado no país pelo Comitê Gestor da Internet, o custo do Mbps móvel está em US$ 51, enquanto no Quênia fica em US$ 4 e na Turquia, US$3. Na banda larga fixa brasileira, o custo do megabit está estimado em US$ 61.

 “A telefonia celular no Brasil segue sendo a mais cara do mundo apesar da redução de 17% constada do ano passado para cá. Mas os nossos preços ficam muito além do cobrado mundialmente. E o celular é a ferramenta de inclusão e de acesso", afirma Carlos Afonso, do Comitê Gestor da Internet, que colaborou com a pesquisa da ONU, enviando dados de pesquisas como TIC Empresas e TIC Domicílios, realizadas no país.

Segundo os dados divulgados pela ONU/UNCTAD, mesmo que o Brasil desonerasse o serviço de banda larga - uma reivindicação antiga das operadoras - o custo do megabit móvel - US$ 51 (cerca de R$ 90,00 com o dólar a R$ 1,75) - ficaria muito acima do cobrado em países com situações econômicas inferiores a nossa. Panorama semelhante na banda larga fixa - US$ 61.

 “Entre as oito maiores economias, o Brasil é o mais caro disparado. Precisamos rever muitas questões em telecom. Podemos garantir que a Telefonia, e a banda larga entra nessa questão porque são serviço das teles, é a grande vilã para o desenvolvimento das TICs no país", diz Carlos Afonso.

Para se ter uma ideia, o custo do megabit móvel no Quênia, na África, é de US$ 4. No Marrocos é de US$ 7. No Vietnam fica em US$ 2 e na Turquia, US$ 3. "A diferença é gritante", sustenta Carlos Afonso. Outro dado a ser levado em conta é a velocidade de conexão ofertada ao consumidor.

Enquanto no Brasil, é de 1 Mbps, no Quênia, esse índice chega a 7,2 Mbps, mesma velocidade encontrada no Sri Lanka e na Turquia. No Vietnam, a velocidade é menor, mas chega a 3,6 Mbps. A Internet móvel está muito distante do cidadão brasileiro. Muito pouca gente usa a Internet de fato. Os celulares têm internet, mas o cidadão não usa. Hoje é um serviço de rico.

Na banda larga fixa o cenário não é diferente. O preço encontrado para o Brasil para o pacote ilimitado foi de US$ 31,31 (R$ 54,79 com o dólar a R$ 1.75), para uma velocidade de 512 Kbps. O estudo apura ainda um custo do MBps fixo de US$ 61 no Brasil.

Na Turquia, com uma velocidade de 1Mbps - o dobro da constatada no Brasil - o custo do pacote fixo sai a US$ 30. No Vietnam, com velocidade de 1,5 Mbps, o custo do pacote sai a US$ 8.72. O preço do megabit nesses países são, respectivamente, US$ 30 e US$ 6. A pesquisa sobre dados da telefonia móvel é feita pela Fundação Nokia, na Finlândia.

No ano passado, a divulgação desses dados da ONU/UNCTAD já causou polêmica no Brasil. As teles reagiram ao estudo que apontava a telefonia móvel nacional como a mais cara do mundo.

Por meio do SindiTelebrasil, elas declaram que 'a cesta considerada pela UNCTAD está longe de refletir o perfil médio de utilização da telefonia celular no Brasil". Dessa vez, o estudo focou na banda larga, e no caso do país, segundo o Comitê Gestor foram levados em conta dados do IBGE, dos estudos da própria entidade e do SEBRAE.